Vice-governadora Regina Sousa preocupada com os rumos do PT no Piauí

A vice-governadora Regina Sousa (PT) tem confidenciado a interlocutores sobre seu descontentamento com os rumos que o governo do estado tem tomado nos últimos meses. Ela sente-se cada vez mais desprestigiada e pondera que o governador Wellington Dias, seu companheiro de partido e de velhas jornadas políticas, deveria ao menos ter a consideração de compartilhar com ela sobre acordos políticos e nomeações.

No entanto, Regina Sousa alega aos seus confidentes que o governador tem deixado muito a desejar em relação ao PT histórico e assumido práticas que comprometem a idoneidade do partido e dos seus integrantes. A vice não fala em público por uma questão de consideração ao governador e fidelidade ao partido. Mas não se espere dela fidelidade o tempo todo.

Até mesmo porque Regina Sousa se sente desprestigiada no governo do qual faz parte e ajudou a construir em vários momentos, mesmo antes de sua entrada efetiva na política. Antes, ela foi secretária de Administração. Regina disse aos seus amigos que se sente desprestigiada no governo Wellington Dias. “Algumas nomeações ela fica sabendo apenas pelo Diário Oficial”, disse uma fonte.

A qualquer momento ela pode assumir uma postura crítica. Como se diz no jargão popular, “chutar o pau da barraca.” Houve recentemente momento de muita tensão entre ambos, ela e o governador, na campanha eleitoral para a prefeitura de Teresina. Regina se envolveu completamente na campanha do deputado Fábio Novo, indicado pelo partido e representante, na campanha, do bloco de esquerda.

O governador, entretanto, abraçou inteiramente a campanha do Dr. Pessoa (MDB) que terminou sendo vitorioso. Outros candidatos governistas têm a mesma reclação e, por enquanto, se mantêm silenciosos. No tocante à Regina, ninguém sabe até quando irá perdurar o seu silêncio. Sabe-se apenas que esse é um dos motivos do seu descontentamento, que somam-se a outros.

Na campanha para a presidência da Assembleia, em 2015, ela considera que o governador prometeu apoio ao deputado Fábio Novo e depois conferiu apoio a outro candidato, no caso, o deputado Themistocles Filho (MDB), que se mantém na presidência da Assembleia desde 2015. Para Regina, a atenção do governador a outros partidos é maior que ao próprio PT.

CAMPANHA ANTECIPADA DE RAFAEL FONTELES

No seu entender, outro aspecto que contribui para seu distanciamento do governador, algo que ela lamenta profundamente, é o lançamento antecipado da campanha do secretário Rafael Fonteles ao governo do estado. Esse lançamento, segundo seu entendimento, deveria ser feito em nível de partido, numa espécie de prévia, onde seriam apresentados e discutidos os nomes dos pré-candidatos para uma votação interna, que posteriormente seria externada.

Ou então se faria uma prévia pública para a escolha do candidato em que a sociedade poderia ser chamada a se manifestar. Regina comentou ainda com seus interlocutores que vê com desagrado a situação do envolvimento do governo em escândalos como a Operação Topique. Ela tem muitas reservas à presença, na política, da deputada Rejane Dias, que não obstante ser mulher do governador não faz parte do chamado PT histórico, portanto, não teria contribuído para alicerçar a liderança do partido no estado.

Essa é uma novela que promete muito e cujos próximos capítulos serão emocionantes.

(TR)