Senador Ciro Nogueira usa mais de 200 mil reais de verba de gabinete para fazer campanha de Jatinho

Por Delta | 19/12/2018 | Sem Comentários

Senador Ciro Nogueira usa mais de 200 mil reais de verba de gabinete para fazer campanha de Jatinho O presidente do Progressistas e senador reeleito pelo Piauí, Ciro Nogueira, gastou entre os meses de janeiro e julho deste ano, a quantia de R$ 233,1 mil com fretamento de jatinhos para deslocamento no estado e combustível para aviação.

Segundo um levantamento feito pelo site O Antagonista, através dos dados do Senado, os recursos são da cota para exercício de atividade parlamentar. Depois de passar o ano em campanha à reeleição, Ciro Nogueira conseguiu a vaga no dia 07 de outubro.

No site do Senado Federal, a tabela que mostra os recursos utilizados em 2018 por Ciro Nogueira relativo à locomoção e alimentação, chega a mais de R$ 313 mil.

No final de 2017, Ciro Nogueira já era considerado “recordista” na utilização de aviões privativos. O presidente nacional do Progressistas já consumia quase R$ 190 mil até outubro daquele ano para fretar aeronaves e adquirir combustíveis de aviação, sendo que, em 2016, ele gastou aproximadamente R$ 260 mil; no ano anterior, foram cerca de R$ 200 mil.

Em anos anteriores, Nogueira usou avião privativo até mesmo durante o período do recesso parlamentar. Só nos dias 29 e 31 de dezembro de 2016 o presidente do PP apresentou seis notas fiscais referentes a despesas com combustível de aviação no valor de quase R$ 10 mil. Em redes sociais foram postadas fotos em que o senador aparece na virada do ano em Trancoso (BA) com a mulher, a deputada federal Iracema Portella (PP) e amigos.

Mesmo com direito a uma cota de passagens aéreas por mês, senadores usam parte da verba parlamentar para pagar combustível de aviação e fretamento de jatos particulares. Quando um senador não está no exercício do mandato, ele não pode apresentar notas fiscais para o reembolso. Da mesma forma, o suplente de senador só pode fazer o pedido de ressarcimento se a despesa foi feita durante o exercício do mandato.

Segundo o Senado, para a despesa ser ressarcida, tudo precisa estar em acordo com o regimento do Senado e com os atos da Comissão Diretora. O ato da Mesa Diretora do Senado que regula a cota parlamentar estabelece que “o valor da verba de transporte aéreo dos senadores corresponde a 5 (cinco) trechos, ida e volta, da capital do Estado de origem a Brasília, conforme Tabela IATA de tarifa governamental”. Há outros artigos mais genéricos para a verba indenizatória destinados à “locação de meios de transporte”, “serviços de táxi” e “combustíveis e lubrificantes” que abrem brechas para a utilização de serviços sem limites financeiros específicos.

Codinome Helicóptero

Em abril deste ano, o senador Ciro Nogueira foi citado por quatro delatores da Odebrecht. Ele é alvo de inquérito para apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Ciro Nogueira já foi deputado federal e está no Senado desde 2011. Os delatores afirmaram que ele solicitou repasses financeiros para as duas últimas campanhas e, também, para o partido. Segundo os depoimentos, em 2010, o senador recebeu R$ 300 mil, em valores não declarados.

Em 2014, segundo os delatores, o valor foi de R$ 1,3 milhão. O delator Benedicto Júnior disse que aprovou repasses ao senador: “No ano de 2014 eu fui procurado por um executivo nosso de Brasília com uma demanda do senador Ciro Nogueira basicamente para um apoio financeiro de campanha. O Cláudio fez uma explanação da importância do Ciro em contexto nacional. Eu disse a ele que estava de acordo e aprovei”.

“Nesse caso específico o codinome ‘helicóptero’ fui eu que coloquei, porque nesse bate-papo ele me disse que gostava de helicóptero, então ficou isso na minha memória”, disse Cláudio Melo Filho.

A defesa de Ciro Nogueira declarou que o senador reconhece que, como presidente do partido, ele era responsável por fazer os pedidos para a Odebrecht e para outras empresas. Mas a defesa nega peremptoriamente que o senador tenha recebido qualquer valor irregular.

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